Sempre que me pego refletindo sobre o significado de integração, vou logo respondendo a mim mesma como é meu costume... Integração, para mim, é “o banquete da flor-de-lótus oferecido à Luz”.
Em um processo lindo que começa em águas pantanosas e escuras – e não em águas límpidas dos regatos de retiros adoráveis, esse deslumbrante lírio d’agua tem suas raízes convivendo em meio ao lodo e a lama e floresce com encantadora e inebriante beleza.
Faço dessa imagem uma simbologia para esses tempos em que experimentamos névoas cinzentas e lamas escuras, para expressar como eu vejo o processo de criação de toda a obra “Segunda-feira, sua Linda”. Em meio a uma pandemia, surge um lírio que traz em seu florescer, um olhar de entusiasmo pela essência da vida, onde não há espaço para apegos a velhas posturas, mas sim, uma abertura para um universo de possibilidades, a partir das nossas escolhas.
Eu tenho tido a oportunidade de perceber como a integração de uma família, neste caso, pai, mãe, filha e filho, nasce de um processo de mergulho na vivência amorosa, em que todos aprenderam a reconhecer nos talentos de cada um, os desejos em comum e a profunda dedicação ao amor que os une.
Gestos afetuosos e olhares carinhosos ao fazer de cada um deles, selaram o reconhecimento do valor dessas pessoas queridas, permitindo que um sonho se transformasse em um agir em comum, para um bem maior. Aliás, como semeadores da Luz que são, para o mais elevado Bem Divino.
Sempre acreditei no servir como um dom. Na oferenda de nós mesmos, por nossos dons e talentos, podemos alcançar a sabedoria do amor, cuja nuance é a ternura e a amizade. Por outro lado, é preciso lembrar que o fato de estarmos ligados por laços de sangue não significa que necessariamente ternuramos uns aos outros. É preciso mais que isso. É preciso comunhão! Comungar desejos, coragem e vida. Dons a serviço e doação por vontade própria na ação, sem qualquer expectativa de recompensa.
Esta é a jornada sobre a qual escrevo, com muita honra hoje, e que resultou num presente para todos nós, devotos daquelas pessoas lírios, que acreditam e querem florescer para a Luz.
Neste caminho, importa, sim, as névoas cinzas, os véus que escondem medos, a lama do coletivo, que insiste em anunciar uma segunda-feira sem esperança...
Para a Família dos lírios, Fabrizio, Márcia, Paula e Gabriel, que tem o dom de se reinventar – e isso qualquer um de nós pode perceber pela coragem de mudar os rumos das próprias vidas, sempre escutando os mensageiros e as notícias que chegam de almas inundadas pela alegria e pelo amor gratuito, importa, sim!
Com essas experiências, aprenderam que a Felicidade encontra morada, não em quem enxerga a lama, mas em quem contempla somente o encanto da Flor-de-Lótus, apesar do lodo que também experimentam e que muito lhes ensina a corrigir os caminhos.
Peço licença ao meu querido Fabrizio, que lindamente traduz em seu livro, que a Felicidade se sente a cada passo do caminho, para anunciar que é perceptível à minh’alma a presença de uma energia sutil que acompanha a jornada do florescer dessa obra e deste site, manifestada na ternura e no cuidado de quem vive, com os amores que escolheu viver, cada Segunda-feira como se fosse a única, Linda!, como a promessa do desabrochar da Flor-de-lótus.
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