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Alegria, como descrever?

Um dia desses eu estava em Joinville e aguardava no aeroporto pacientemente meu vôo. Eis que cheguei bem mais cedo para o embarque e em um determinado momento a sala de espera ficou praticamente vazia. Ao olhar em volta me chamou a atenção a alegria de uma pessoa que estava no orelhão, eu havia colocado um fone de ouvido e estava lendo quando aquela cena me interessou. Em um primeiro momento estranhei ela usar um orelhão, algo tão raro hoje em dia, mas o que mais me chamou a atenção foi a alegria com que ela se comunicava, parecia estar muito feliz e me peguei refletindo sobre este sentimento: ALEGRIA.

Quando em uma situação sinto-me alegre ao ponto de verbalizar isso, deixar transparecer, tenho consciência de que naquele momento tenho todas as possibilidades que são necessárias para viver o agora. Não preciso idealizar outro momento. A alegria que sinto naquele instante nutre.

Como conhecer este sentimento?

Como conhecer a sensação de estar alegre?

Através da experiência.

Quais palavras são capazes de descrever a sensação de um primeiro amor? De um por do sol inesperado? Da flagrância de um perfume inesquecível? Quais palavras são capazes de descrever os sentimentos provocados em uma mãe que segura pela primeira vez seu filho?

A alegria pode lhe tocar de milhares de formas, através de uma música maravilhosa ou simplesmente saboreando seu doce predileto.

Que poder tem este sentimento!

A questão é que desde que experenciamos pela primeira vez a alegria com consciência não queremos nos desapegar, não queremos deixar ir o sabor daquilo que nos fez se sentir tão bem.

Parei de devanear e voltei ao meu livro, lia a Travessia de William Young. Em uma determinada passagem do livro um dos personagens fazendo uma metáfora pega uma tulipa que diz ser muito colorida e estando ela em um vaso, com cuidado para não magoar a flor retira a terra deixando aparecer o bulbo. Aquilo parecia um pedaço de madeira seca ou um torrão de terra escreve o mesmo.

“Depois de vermos a flor, encontramos na sua raiz e no bulbo vislumbres daquela flor. Quando olhamos as raízes é como se olhássemos a pré-vida, aquilo que ainda está para acontecer.”

Estou descrevendo esta passagem do livro para contextualizar o que para mim é o que ocorre quando sentimos a alegria. Ela vem em razão de algo que aconteceu um pouco antes. O que precedeu a alegria pode ser as raízes, o torrão de terra deste sentimento tão poderoso.

Talvez suas raízes sejam a música, o trabalho, a presença de alguém, o sorriso, as amizades, eu não sei.

O que acredito é que ainda usando a metáfora do livro, se você tivesse olhado tão somente para o bulbo, o torrão, poderia até querer descartar, mas este aliado a linda tulipa, torna o momento mágico.

Quando sentir a alegria, lembre-se que algo aconteceu antes e pode estar ligado as suas raízes.



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