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Foto do escritorRita Camargo

O caminhante e seu caminho

Mas o que é essa caminhada? É tudo, simples assim. Partindo do ponto de que somos um SER em evolução, o que mais pode ser importante do que a própria Vida em aprendizagem?

Aprendemos desde pequeninos a ser alguém na vida, e esse caminho se constrói com muito esforço, dedicação, afinal ninguém vendeu para nós que a vida era fácil. Saímos na direção deste sucesso, sempre utilizando os parâmetros externos, o que nos colocou facilmente num aprendizado perfeito de competitividade e assim nos avaliarmos, nos realizarmos.

O que acontece quando colocamos os balizadores fora de nós, é que vamos dando cada vez mais importância a um lugar que se entende querer alcançar e nos afastando silenciosamente de nós mesmos, de nossa natureza, de nosso chamado de alma. Leva um bom tempo para que finalmente tenhamos a possibilidade de "despertar", "acordar" de um transe profundo, de um mundo de ilusões, até mesmo perceber que conquistou tudo e não consegue se reconhecer em nada. Quando você cai em si, você não sabe bem se a profissão que você tem lhe preenche e lhe faz feliz, se o estilo de vida que vem levando é bom o suficiente, se ainda consegue se alegrar na companhia daqueles mesmos amigos, correr atrás das metas mais um trimestre apertando cada membro de sua equipe, não saber quem são os amigos de seus filhos, enfim, a Vida, finalmente se revela.

É chegada a hora de parar para escutar a si próprio,


COMO VOCÊ SE SENTE?


Por vezes este momento pode ser muito angustiante, cheio de medos e preconceitos. Esses preconceitos podem estar na própria família, e você poderá ouvir: : “Como que você está insatisfeito com a Vida que você tem…?”

Não é assim?

Ouço isso com frequência no consultório, principalmente quando a pessoa seguiu a profissão que seus pais estimularam. A pessoa se modulou para ganhar a atenção e o reconhecimento da família, amigos, e sociedade também, afinal os nossos condicionamentos decorrentes do processo educacional, seguem parâmetros bem parecidos, ainda que os níveis sócio-econômico-intelectual, reservados as próprias camadas.


O QUE FAZER?


Buscar a coragem (agir com o coração) pode nos resgatar a nós mesmos e redirecionar o caminho, e isso só se faz com o processo de autoconhecimento.

A cada dia, se estivermos atentos e presentes em nosso caminhar, a Vida Real se revela e pode ser um processo sem dor. A dor, existirá se não conseguirmos admitir a própria necessidade de mudança e mantermos apegados ao passado, a imagem iludida de sucesso.

Há que acolher aquele trecho da nossa vida como importante, útil, nunca como tempo perdido. Para seguirmos no processo de despertar, sigamos na escuta profunda de nossa Alma, o que ajudará a encontrar o verdadeiro sentido do Viver.


É legítimo sentirmos medo, ansiedade e muito desconforto diante da necessidade de mudança, mas é igualmente certo que à medida que vamos nos aproximando de nossas verdades, vamos acessando um estado de paz profunda e uma confiança no caminho.


O momento em que a humanidade atravessa a Pandemia, nenhuma vida ficou sem ser afetada. Todas as idades, raças, camadas sociais, tiveram que se adaptar a uma nova forma de vida, trazendo profundas reflexões e constatações.

O trabalho em Home-office, por exemplo, foi uma delas, que acelerou processos de mudança que pareciam ser impossíveis. Juntamente com aspectos de ordem prática, todas as vidas foram “forçadas” a um longo período de distanciamento social, privações de afetos, restrição do livre arbítrio, etc. Aos introvertidos pode ter sido até agradável, e os extrovertidos já não podem dizer o mesmo e tem sofrido absurdamente.



"SE VOCÊ QUER VIVER FELIZ E DURANTE MUITO TEMPO, RENUNCIE A TUDO, MAS NÃO RENUNCIE JAMAIS A CAMINHADA."


Jean Yves Leloup, nos convida a abrir os braços para a vida como um movimento constante de inspiração e expiração, naturalmente trocando as impressões do mundo interior e exterior, na impermanência de cada passo, cada ato, com sua graça e presença.

Abrir mão de tudo, menos da caminhada, nos conduz à presença da Presença em nós, compreendendo que tudo o que nos chega tem um propósito maior, talvez um convite a elevar uma oitava acima, com as pausas certas e necessárias para que a música da vida tenha uma harmonia que lhe torne sempre o autor, ator e plateia de sua própria história.

Paz e Bem


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